Logo no início deste blog fiz um post sobre o livro do dr.Ian Stevenson, 20 Casos Sugestivos de Reencarnação. Nele são tratados casos de lembranças espontâneas de crianças, que sugerem possíveis vidas passadas, pesquisados por este psiquiatra canadense. É a ciência que começa a olhar para os fenômenos do espírito e que vem, aos poucos, validando insights de budistas e relatos de ocorrências dos meios espiritualistas em geral.
De alguns anos para cá, surgiu a TVP - Terapia de Vidas Passadas, uma terapia transpessoal, que através do transe hipnótico, regride o paciente até o ponto crítico do problema, independente de espaço ou tempo. A TVP pode englobar desde experiências da nossa infância, a vida uterina, indo até possíveis vidas passadas. Claro, que só é indicada como método de cura e não para satisfazer simples curiosidades. Além disto, deve, obrigatoriamente, ser feita por profissional competente: psiquiatras, psicólogos, médicos, terapeutas. O método não oferece riscos e é muito eficiente para a solução de problemas que, muitas vezes, as terapias convencionais não solucionam: ela trabalha com a causa do problema e não com seus sintomas.
Existe farta literatura sobre o assunto, alguns livros tendo se tornado, mesmo, verdadeiros bestsellers, como, por exemplo, "Muitas vidas, muitos mestres", do dr.Brian Weiss. Por este motivo, não vou me estender em considerações a respeito da técnica, até porque não sou profissional da área: vou tratar, aqui, de dois aspectos:
1. minha experiência como paciente da TVP
2. da resistência que muitos espíritas têm em relação a esta técnica.
Como paciente, procurei a TVP logo depois que me nasceu a filha caçula. Não conseguia me separar dela, acometida por um estranho medo de perde-la. Com meu filho mais velho isto nunca havia ocorrido. Aos poucos, o medo foi virando obsessão e, à medida em que ela ia crescendo, passei a sufoca-la, ao mesmo tempo que era horrível para mim. Eu tinha a impressão, que -na minha cabeça era quase uma certeza, de que ela morreria ao completar quatro anos. O stress decorrente desta paranóia foi tão forte que chegou a desencadear uma síndrome do pânico. Ninguém resolvia a situação. Fui a um psiquiatra que me encheu de remédios a base de cerotonina, já que a falta deste neurotransmissor pode ser um dos responsáveis pela síndrome do pânico.
A terapia química foi efizcaz, mas não eficiente, uma vez que a neura de perder minha filha continuou. Foi então que procurei uma psicóloga, que me indicaram como uma das melhores de Belo Horizonte, a dra. Beth Clark, infelizmente, já falecida. Como nada nesta vida é por acaso, a dra.Beth não possuia horário disponível, eu teria que aguardar um bom tempo. Ela me indicou seu filho, o dr. Victor Clarck que, após um longo bate papo comigo e uma avaliação do meu problema, sugeriu que fizéssemos a regressão.
O método utilizado por ele foi o de relaxamento profundo. A princípio foi muito difícil, eu não conseguia relaxar: sentia coceiras, me formigavam as mãos, sentia fome, tudo atrapalhando o relaxamento. Até que um dia(não demorou muito, mas não posso precisar exatamente quanto, pois isto foi em 95 ou 96), consegui relaxar e viver uma experiência fantástica! Foi como se eu estivesse vivendo tudo, realmente. Pelo que soube, depois, existem várias formas de acontecerem tais vivências: para alguns, é como se estivessem assistindo a cenas de um filme; outros, relatam como se se tratasse de uma outra pessoa e, para outros, ainda, como foi o meu caso, é como se, durante aqueles minutos, assumisse, realmente, outra personalidade.
No meu caso específico, senti um frio intenso, ao me ver em local de baixa temperatura; senti, inclusive o cheiro de comida que "minha avó" preparava; sentia o cheiro das flores locais; enfim, foi tudo vivido com muita intensidade, com a participação ativa dos meus cinco sentidos.
Nesta primeira vivência, que será objeto de novo post, mais detalhado do que este, me vi sendo estrangulada. Ao sair do consultório, peguei o carro e já havia rodado umas duas quadras, quando a sensação do estrangulamento voltou. Peguei o celular, liguei para o terapeuta, voltei ao consultório. Em poucos minutos, ele me fez ver que tudo isto já não existia mais (antes de encerrar a sessão, ele já tinha feito este trabalho, mas a vivência havia sido muito intensa).
São estas sensações nítidas, como a do 'meu' estrangulamento, que exigem um profissional competente: não que tal sensação não fosse desaparecer, mas um profissional inexperiente pode trazer conteúdos que, por não serem bem trabalhados, vão te perturbar mais do que te oferecer ajuda. Mas, em se tratando de profissional competente, tal risco não existe.
Conclusão: a partir deste dia, me livrei de um problema crônico de garganta, que me sufocava e que nunca os médicos descobriram a causa: nem alergistas, nem otorrinos, nem clínicos. A terapia, removendo conteúdos escondidos no meu sub-consciente, conseguiu acabar com o problema.
Mas não procurei a ajuda do terapeuta para solucionar um problema de garganta: este foi um ganho extra que obtive. A a solução do problema principal, que me levou até o consultório, em relação à minha filha, ainda tive que voltar mais vezes: no final, o problema acabou . Foi um alívio total.
Aqui, uma rápida abordagem do segundo aspecto do meu post: muitos espíritas já me recriminaram por ter me submetido a este tratamento, alegando que o 'esquecimento é providencial". Concordo, desde que a lembrança não seja trazida a tona por motivos fúteis (mera curiosidade) ou por pessoas não capacitadas. Mas lembro a todos que assim pensam, que lembrem das palavras do próprio Kardec:
"Se algum dia a ciência provar que o Espiritismo está errado em algum ponto, abandone este ponto e siga a ciência".
assim sendo, se a ciência desenvolveu métodos de ajudar pacientes através da TVP, sigo a ciência e recomendo o método!