´´Nascer, morrer, renascer ainda, progredir continuamente, tal é a Lei``(Kardec)

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

FILME: MANIKA, A MENINA QUE NASCEU DUAS VEZES

Um dos filmes que mais me agradou foi Manika, A Menina Que Nasceu Duas Vezes.Trata-se da história da reencarnação de uma adolescente. Seu roteirista, François Villiers (França, 1989) se baseou em um dos casos pesquisados pelo dr. Ian Stevenson(vide "20 casos sugestivos de reencarnação"), sob o nome "Shanti Devi".
A menina Manika vivia em um pequeno vilarejo de pescadores da Índia, em meio a católicos.Ninguém era adepto de crenças reencarnatórias, mas a garota não se cansa de contar histórias sobre uma outra vida, de riqueza, vivida por ela no Nepal. Seus pais constantemente a recriminam por isto. Confusa, foge de casa e o padre de seu colégio, Daniel, promete a seus pais encontra-la e traze-la de volta.
Suas histórias são tão ricas em detalhes que o padre decide levá-la ao Nepal. A viagem será uma descoberta para ambos: para Manika, o encontro de seu próprio destino; para Daniel, o encontro das bases de sua fé.
Daniel é vivido pelo ator britânico Julian Sands, de "Uma Janela para o amor" e "Gritos do Silêncio". Manika é Stephane Audran.

Se você quiser assistir o filme, basta acessar o Youtube, que te dá, também, a opção de fazer download. Legendas em português.


A respeito deste caso o dr. Stevenson diz o seguinte:
"No caso de Shanti Devi soube que o marido da personalidade anterior viajava com freqüência  da sua cidade natal (Mathura) para Delhi a fim de comprar tecidos para sua loja. E, quando em Delhi, ele costumava frequentar uma doceira de sua predileção, que ficava a poucas jardas apenas da casa de Shanti Devi. Ela o viu lá um dia, quando ia para casa, de volta da escola".
Partindo deste dado, dr.Stevenson analisa a possibilidade de ter havido alguma ligação telepática no caso.E acrescenta que 
"a teoria encontra várias dificuldades a defrontar. Primeiro, ela sozinha não explica a seleção do alvo para a informação percebida extra-sensorialmente. Quando a família já conhece a personalidade anterior, possivelmente um outro membro da família, a seleção do alvo pode provir de pensamentos sobre o falecido, por parte da família, e um desejo de que ele retorne. Mas como poderemos explicar a seleção da pessoa identificada quando as famílias não tiveram absolutamente qualquer relacionamento anterior entre si?"
E o dr. Stevenson, depois de analisar, como em todos os seus casos pesquisados, todas as possibilidades, enquadrou o caso Shanti Devi como um dos "casos sugestivos de reencarnação".

domingo, 16 de outubro de 2011

A TERAPIA REGRESSIVA COMO MÉTODO DE CURA: 2º PARTE - UMA VIDA BÚLGARA

O começo do fim dos meus medos em relação à minha filha, motivo que me levou a recorrer a esta modalidade terapêutica, surgiu logo na primeira vez que consegui relaxar e vivenciar uma experiência que, depois, me levou a entender muitas outras coisas que aconteciam em minha vida.
-Eu era uma menina de, aproximadamente, doze anos. Com certeza, era eu. Eu sentia que era eu. Estava brincando em um lugar que, nesta vida atual, me era completamente desconhecido, ao mesmo tempo que, naquele instante, era-me conhecido bem demais. O via com muita emoção. Eu "estava" lá" . Trajava, então, um vestidinho xadrez, em tons de vermelho escuro e brincava em um pátio, feliz. Brincava com um amiguinho cujo nome eu 'não me lembrava'.
De um lado do pátio havia um chafariz, ou algo parecido. do outro, um paredão, com um corredor comprido, no qual havia 5 portas. Eu sabia que cada uma delas era uma casa. A minha era a quinta. Do pátio ao corredor, existia uma escada  larga no comprimento, com três degraus. Era tudo de pedras. E eu sabia que na região havia muitas pedras brancas. E muitas flores amarelas. Eu lhes sentia o aroma, assim como sentia o cheiro da comida de 'minha' avó.
 Eu tinha certeza de que eram pobres aquelas casas; pelo menos a "minha" o era: via as camas e no mesmo ambiente, uma mesa, onde comíamos. Lá vivíamos eu e minha avó. Eu a via, com uma saia preta e um lenço, também preto,  amarrado em baixo do queixo. Ela era gorda e mais baixa. Em um dos lados do pátio, havia uma escadaria e um morro ou uma montanha. A escadaria ladeava este morro. 
Descendo a escada, havia uma casa velha, pobre, amarela: era uma escola. Quando já adulta, eu ensinava lá. 
E o tempo foi passando, me vi com 17 anos e esperava o mesmo amigo que brincava comigo quando criança. Meu amigo não veio. Senti, também, que minha avó já não existia.E, em pleno consultório, eu chorei.
E sentia frio, muito frio, tanto frio que só passou quando 'peguei' 'meu' casaco, pendurado em um prego, no único cômodo (não vi outros) da casa..E já não estava mais feliz. Estava muito triste.Desci a escadaria de pedras, saí em uma ponte de madeira, com as laterais em arcos.Passava uma carroça.Parei na escola e, ao mesmo tempo, interrompi a regressão, pois senti pela voz, que havia uma criança chorando e que esta criança era meu filho .Fiquei emocionada, não dei conta de continuar a sessão.

Antes de interromper a sessão, o terapeuta havia me feito algumas perguntas, tipo:
-Como você se chama?
-Ekaterina Nadoeva
-Onde você mora? 
-Em Preslav, Bulgária
-Com quem você mora?
-Com minha avó (não me lembrava o nome dela)
-Cadê seus pais?
-Meu pai morreu na guerra, minha mãe eu não sei.
-Em qual guerra morreu seu pai?
-Na guerra para libertação da Bulgária. Ele veio da Rússia, com outros soldados.Morreu em 1877.
-Porque você está com tanto frio assim?
-Porque estamos no inverno. Aqui faz frio 6 meses do ano e depois, temos seis meses de calor.

Antes de continuar o relato, é importante fazer algumas ressalvas:
-Muitas vezes eu sonhei com este lugar, mas sem saber seu nome. Sonhava, também, com a velha que, na regressão, eu disse ser minha avó.
-Eu sempre gostei muito da Rússia, desde pequena. Já adulta, aprendi a língua russa e, devido ao estudo do idioma, aprendi muitas coisas sobre o país; mas sobre a Bulgária a única coisa que eu sabia era o nome de sua capital e que se situava no leste europeu, nos Balcãs, nada além disto. O país era comunista, muito fechado. Nunca conheci nenhum búlgaro, até então. Faço tais ressalvas, para afirmar que o conteúdo aflorado na regressão não saiu de páginas de nenhum livro ou de relatos de nativos daquele país.

Na próxima sessão, retornei a esta mesma vivência, mas já com a idade de 27 anos, depois aos 30. Então, vi novamente meu amigo de infância, soube seu nome: era Vânio. Nós tivemos um filho, que reconheci, não sei como, sendo minha filha caçula nesta vida atual, a que me levou a procurar o terapeuta. Vanio e "eu" não nos casamos. NOsso filho tinha 4 anos quando Vanio se foi com outra; seu pai, rico, o forçou a se casar com moça da mesma condição social. Triste, me entreguei à bebida. Certo dia, estando completamente alcolizada, meu filho foi brincar  no barranco e eu nem vi. Ele caiu e morreu. E "eu" era culpada!Eu não soube protege-lo, não tomei conta dele como deveria.O lugar era de risco e eu permiti com que ele corresse o risco que lhe tirou a vida.Depois disto, eu decidi não mais viver. Então, subi no mesmo ponto de onde meu filho caiu e me joguei. Me suicidei. Minha cabeça bateu em uma pedra.Eu me vi, então, já fora do corpo, olhava para baixo e via meu corpo.Na mesma hora senti uma dor horrível no lugar onde "eu bati a cabeça": lado direito, região frontal.

Fim desta vivência, que me ajudou a compreender o porque do meu pânico em relação à minha filha, que depois de mais duas sessões, desapareceu por completo. Passei a deixar a menina crescer com mais liberdade, de forma mais saudável e normal.

Esta regressão me fez procurar conhecer mais sobre a Bulgária, já que procurei um livreiro onde compro sempre meus livros e juntos, procuramos sobre a cidade de preslav.Nada encontramos. Então, passei a pesquisar tanto, que cheguei a ir à Bulgária, conhecer Preslav. Mas isto será matéria de um novo post, bem como as conseqüências que o suicídio deixou para mim, aqui e agora, na minha vida presente. Amanhã chegarei a este ponto. As seqüelas foram sérias e faço questão de expo-las, como depoimento do que pode acarretar a inconseqüência de um suicídio.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A TERAPIA REGRESSIVA COMO MÉTODO DE CURA: 1º PARTE


Logo no início deste blog fiz um post sobre o livro do dr.Ian Stevenson, 20 Casos Sugestivos de Reencarnação. Nele são tratados casos de lembranças espontâneas de crianças, que sugerem possíveis vidas passadas, pesquisados por este psiquiatra canadense. É a ciência que começa a olhar para os fenômenos do espírito e que vem, aos poucos, validando insights de budistas e  relatos de ocorrências dos meios espiritualistas em geral. 
De alguns anos para cá, surgiu a TVP - Terapia de Vidas Passadas, uma terapia transpessoal, que através do transe hipnótico, regride o paciente até o ponto crítico do problema, independente de espaço ou tempo. A TVP pode englobar desde experiências da nossa infância, a vida uterina, indo até possíveis vidas passadas. Claro, que só é indicada como método de cura e não para satisfazer simples curiosidades. Além disto, deve, obrigatoriamente, ser feita por profissional competente: psiquiatras, psicólogos, médicos, terapeutas. O método não oferece riscos e é muito eficiente para a solução de problemas que, muitas vezes, as terapias convencionais não solucionam: ela trabalha com a causa do problema e não com seus sintomas.
Existe farta literatura sobre o assunto, alguns livros tendo se tornado, mesmo, verdadeiros bestsellers, como, por exemplo,  "Muitas vidas, muitos mestres", do dr.Brian Weiss. Por este motivo, não vou me estender em considerações a respeito da técnica, até porque não sou profissional da área: vou tratar, aqui, de dois aspectos: 
1. minha experiência como paciente da TVP
2. da resistência que muitos espíritas têm em relação a esta técnica.

Como paciente, procurei a TVP logo depois que me nasceu a filha caçula. Não conseguia me separar dela, acometida por um estranho medo de perde-la. Com meu filho mais velho isto nunca havia ocorrido. Aos poucos, o medo foi virando obsessão e, à medida em que ela ia crescendo, passei a sufoca-la, ao mesmo tempo que era horrível para mim. Eu tinha a impressão, que -na minha cabeça era quase uma certeza, de que ela morreria ao completar quatro anos.  O stress decorrente desta paranóia foi tão forte que chegou a desencadear uma síndrome do pânico. Ninguém resolvia a situação. Fui a um psiquiatra que me encheu de remédios a base de cerotonina, já que a falta deste neurotransmissor pode ser um dos responsáveis pela síndrome do pânico.
A terapia química foi efizcaz, mas não eficiente, uma vez que a neura de perder minha filha continuou. Foi então que procurei uma  psicóloga, que me indicaram como uma das melhores de Belo Horizonte, a dra. Beth Clark, infelizmente, já falecida. Como nada nesta vida é por acaso, a dra.Beth não possuia horário disponível, eu teria que aguardar um bom tempo. Ela me indicou seu filho, o dr. Victor Clarck que, após um longo  bate papo comigo e uma avaliação do meu problema, sugeriu que fizéssemos a regressão. 

O método utilizado por ele foi o de relaxamento profundo. A princípio foi muito difícil, eu não conseguia relaxar: sentia coceiras, me formigavam as mãos, sentia fome, tudo atrapalhando o relaxamento. Até que um dia(não demorou muito, mas não posso precisar exatamente quanto, pois isto foi em 95 ou 96), consegui relaxar e viver uma experiência fantástica! Foi como se eu estivesse vivendo tudo, realmente. Pelo que soube, depois, existem várias formas de acontecerem tais vivências: para alguns, é como se estivessem assistindo a cenas de um filme; outros, relatam como se se tratasse de uma outra pessoa e, para outros, ainda, como foi o meu caso, é como se, durante aqueles minutos, assumisse, realmente, outra personalidade.

No meu caso específico, senti um frio intenso, ao me ver em local de baixa temperatura; senti, inclusive o cheiro de comida que "minha avó" preparava; sentia o cheiro das flores locais; enfim, foi tudo vivido com muita intensidade, com a participação ativa dos meus cinco sentidos.
Nesta primeira vivência, que será objeto de novo post, mais detalhado do que este, me vi sendo estrangulada. Ao sair do consultório, peguei o carro e já havia rodado umas duas quadras, quando a sensação do estrangulamento voltou. Peguei o celular, liguei para o terapeuta, voltei ao consultório. Em poucos minutos, ele me fez ver que tudo isto já não existia mais (antes de encerrar a sessão, ele já tinha feito este trabalho, mas a vivência havia sido muito intensa).

São estas sensações nítidas, como a do 'meu' estrangulamento, que exigem um profissional competente: não que tal sensação não fosse desaparecer, mas um profissional inexperiente pode trazer conteúdos que, por não serem bem trabalhados, vão te perturbar mais do que te oferecer ajuda. Mas, em se tratando de profissional competente, tal risco não existe.

Conclusão: a partir deste dia, me livrei de um problema crônico de garganta, que me sufocava e que nunca os médicos descobriram a causa: nem alergistas, nem otorrinos, nem clínicos. A terapia, removendo conteúdos escondidos no meu sub-consciente, conseguiu acabar com o problema.

Mas não procurei a ajuda do terapeuta para solucionar um problema de garganta: este foi  um ganho extra que obtive. A a solução do problema principal,  que me levou até o consultório, em relação à minha filha, ainda tive que voltar mais vezes: no final, o problema acabou . Foi um alívio total.

Aqui, uma rápida abordagem do segundo aspecto do meu post: muitos espíritas já me recriminaram por ter me submetido a este tratamento, alegando que o 'esquecimento é providencial". Concordo, desde que a lembrança não seja trazida a tona por motivos fúteis (mera curiosidade) ou por pessoas não capacitadas. Mas lembro a todos que assim pensam, que lembrem das palavras do próprio Kardec: 
"Se algum dia a ciência provar  que o Espiritismo está errado em algum ponto, abandone este ponto e siga a ciência".
 assim sendo, se a ciência desenvolveu métodos de ajudar pacientes através da TVP, sigo a ciência e recomendo o método!